
Uma administradora da empresa municipal Cascais Dinâmica, que gere o aeródromo de Tires, nomeada por ser da “competência pessoal” do presidente da Câmara, tem como genro um senhor que sabe de aeroportos porque, sendo piloto de pequenas aeronaves, neles aterra.
Como só voa “à peça”, ao genro sobra tempo livre, razão pela qual a sogra administradora do aeródromo municipal achou que podia aproveitá-lo para “dar consultadoria”. Sobre o quê que seja determinante para que os aviões levantem e aterrem em Tires, não se sabe.
Pondo em prática as competências que lhe estão delegadas pelo presidente da Câmara, a sogra contratou o genro, “por adjudicação direta”.
Através do portal Base.gov ficamos a saber que, por seis meses dos doutos pareceres do genro consorte os cascalenses vão pagar-lhe 19.998 euros. Significativamente dois euros abaixo do valor que a lei obriga a que se faça um concurso público.
Dois euros a menos para que não possa ficar evidenciado que a “consultadoria” é sobre coisa pouca, ou até sobre coisa nenhuma. Menos dois euros para que, no caso da “consultadoria” ser mesmo imprescindível à operação do aeródromo de Tires, não se mostre à evidência que o genro contratado não é qualificado para a coisa pela qual vai ser pago com o dinheiro que é de nós todos.
Conclusão:
- Há sogras santas.
- Há eleitores que gostam de ser cegos.